"A Lentidão", de Milan Kundera
Olá a todos!
Quem já leu Milan Kundera sabe que o espera uma leitura além da ficção. Kundera levanta questões impensáveis e faz-nos questionar tudo de uma forma única e imprevisível. Costumo dizer que ler Kundera é dar alimento ao cérebro.
Este livro é bem pequenino e lê-se muito rápido, mas isso seria contraditório a uma das mensagens/ pensamentos presentes neste livro, e já explico porquê.
O livro é narrado na primeira pessoa, pelo próprio Kundera, que viaja com a sua esposa, Véra, para um Solar francês. Solar esse que, supostamente, é o mesmo onde a Senhora de T. teve os seus encontros amorosos e escaldantes no século XVIII.
Ao mesmo tempo que estamos a seguir a estadia de Kundera e Vèra nesse Solar francês, é-nos relatada a história da Senhora de T com o seu amante, pelos jardins do Solar, e também a história de Vicent, num colóquio de entomologistas no Solar, que busca o prazer e aceitação social. Kundera faz-nos viajar entre estas três histórias de épocas diferentes que se enlaçam e interligam.
O livro fala-nos de prazer, nas suas diversas nuances. Relaciona o prazer com a lentidão. Kundera explica-no que o nível de lentidão é proporcional à intensidade da memória e o nível de velocidade é proporcional à intensidade do esquecimento. Como tal, sugiro que apreciem este livro demoradamente, que o saboreiem. Pode ser pequeno mas estejam dispostos a dar-lhe mais tempo do que a um livro normal.
O livro contém várias referências filosóficas como Epicuro ou Hedonismo.
O livro contém várias referências filosóficas como Epicuro ou Hedonismo.
Temos também a referência a dois clássicos: "Ligações Perigosas" de Choderlos de Laclos e "Sem Amanhã" de Vivant Denon.
Que mais há a dizer desta obra? Uma vez mais, Kundera prova a sua genialidade num livro com pouco mais de cem páginas. 👏
Espero que tenham gostado e que eu tenha conseguido despertar a vossa curiosidade em relação a este livro e a procurarem mais obras do autor. 😉
Milan Kundera, Checoslováquia (1929)
Título Original: "La Lenteur"
Data da primeira edição: 1995
Data da primeira edição: 1995
Para mais informações sobre o livro, clicar aqui.
Boas leituras! 😉
Até Breve,
Ana C.
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