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"O Desempregado" de Ricardo Tomaz Alves

Antes de mais, quero informar que este livro foi-me gentilmente cedido pelo autor, a quem muito agradeço.

A sinopse pareceu-me bastante interessante e senti muita curiosidade em relação a este autor português, que me era completamente desconhecido.





Sinopse:
"Este é um romance sobre um jovem que perde o emprego e que na luta para conseguir outro passa por entrevistas mirabolantes. Acaba por conhecer uma jovem ativista que lhe mostra todo um mundo novo e acaba por meter-se em situações com as quais nem sequer imaginara (entre elas o rapto a um alto representante do Governo). Irá este jovem perder-se no emaranhado de desespero e depressão em que o desemprego se pode por vezes tornar ou encarar esta situação como uma oportunidade de explorar novas oportunidades, tanto de emprego como de vida?"



"Sou apenas um inadaptado num mundo conformado com a sua infelicidade e destruição. Gostava de fazer parte de algo, mas só me sinto parte de nada. Poderá o nada ser considerado algo?"



"O Desempregado" conta-nos a história de Vicente, um homem de 25 anos, frustrado com a vida e infeliz profissionalmente. Vicente trabalha num café até ser despedido e então inicia a sua busca esgotante por um novo emprego. Assistimos a várias entrevistas, cada uma mais mirabolante que a outra e vemos o desespero tomar conta do nosso protagonista. Como se isto não bastasse, Vicente fica sem carro e sem casa. Tomado pelo desespero, recorre a desconhecidos, para não ficar sem abrigo, e vê-se metido numa grande "alhada" que ainda lhe vai causar grandes transtornos.  À primeira vista achei Vicente um bocado arrogante (na falta de melhor adjectivo), mas penso que ele cresce muito com tudo o que lhe acontece e isso é sempre maravilhoso de assistir.


Não quero contar muito mais obre o livro, pois quero que o leiam. Não se vão arrepender, prometo.



"(...) acredito que, na situação actual e futura, as heranças materiais vão dar lugar a heranças culturais e educacionais, passando este a ser o principal património das famílias, como foi no início e deveria ter sido sempre."



Quando iniciei esta leitura, apesar de estar muito curiosa, não tinha as expectativa muito altas. Como disse, desconhecia o autor e a sua escrita. Não sabia se seria fácil de ler ou se iria arrastar esta leitura durante semanas. Pois que grande e agradável surpresa tive quando logo nas primeiras páginas (a situação que o fez ficar desempregado) me arrancou uma gargalhada e confirmei que ia ser uma leitura muito rápida.
Cheio de momentos cómicos, mas também de momentos angustiantes, nem nos apercebemos pelo passar das páginas.

A escrita é muito fluída, os capítulos curtos e o autor conta a história de uma forma tão leve que até o desespero e os momentos mais tensos do livro nos fazem querer devorá-lo com mais avidez.
É claramente uma crítica à politica, a quem nos (des)governa, às grandes empresas que enriquecem às custas do pobre e pequenino e diria até uma bofetada na cara dos hipócritas que esta sociedade está repleta.

Outra coisa que adorei foi a banda sonora do livro (excepto uma pequena parte com as músicas "pimba" portuguesas 😄).


Só tenho pena de duas coisas:
1ª:  O final ficou demasiado em aberto, para mim.
2ª: Os livro editados pela Chiado acabam por ter sempre alguma gralha.



Resumindo, adorei esta leitura que me trouxe momentos tão loucos e me arrancou tantos sorrisos (verdade!). RECOMENDO.



"Estar desempregado não é uma limitação, é uma oportunidade. De escolher. De criar. De lutar. Percebo que sou livre. (...) Percebo que a vida é um momento que temos de tornar memorável."



O autor tem ainda mais quatro livros publicados e fiquei com muita curiosidade de o voltar a ler.



Para mais informações sobre o livro, clicar aqui.

Boas leituras! 😉

Até Breve,
Ana C.

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