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Cemitério de Pianos, de José Luís Peixoto

Este foi o meu terceiro livro de José Luís Peixoto. Já tinha lido "Galveias e "Livro" e como adorei a escrita e as histórias aventurei-me neste também, mas estava redondamente enganada ao pensar que iria ser idêntico.




As primeiras páginas emocionaram-me, e pensei que o livro ia ser incrível se logo em cinco páginas me fez sentir tão intensamente o que tinha acontecido.


O livro retrata três (inicialmente fiquei na dúvida se duas ou três) gerações da família Lázaro. A história é sempre contada na primeira pessoa pelo avô, pai e neto. A família tem uma oficina por onde os homens vão passando, e as mulheres geralmente ficam em casa a tomar conta dos filhos. O cemitério de pianos é um local à parte da oficina por onde todos os membros da família irão passar numa altura ou noutra. Lá se guardam pianos velhos e danificados para peças.

Ao longo da história vamos conhecendo a evolução desta família. Não têm uma história feliz, entre violência doméstica, traição, sofrimento e morte, vamos nos envolvendo nestas páginas e nesta história, com a escrita poética e incrível do autor.

Até que... 

A escrita muda radicalmente. Palavras separadas por pontos finais, virgulas no meio das palavras, frases incompletas que começam em letra minúscula, como se a primeira parte da frase é suposto estar noutro sítio qualquer. Repetições de frases no mesmo parágrafo, repetições de histórias - de pai para filho.


Pareceu-me - digo isto porque fiquei tão confusa que já não tenho a certeza de nada - que a narrativa alterna no tempo e no narrador. Foi-me muito difícil e por vezes impossível decifrar quem era quem, e quem estava a contar a história naquele momento. Senti-me perdida, confusa e sem perceber metade do livro. 


Achei nas páginas 187 e 254 um quê de sobrenatural quando a neta de três anos vê o avô, já falecido, no cemitério de pianos. Ela ganha maturidade naquele momento e diz-lhe coisas que supostamente desconhece e que não são para a idade dela. É também criado um elo de ligação com o leitor quando o avô refere que está a escrever este livro e discutem que tipos de leitores o irão ler.


Resumindo e concluindo,  este livro tinha tudo para ser incrível, mas esta escrita confusa e sem sentido (para mim) lá pelo meio estragou tudo. Tenho muita pena.


Tiro o chapéu ao autor, pois não é qualquer pessoa que consegue decifrar este novelo que ele criou.



Data da primeira edição: 2006



Para mais informações sobre o livro, clicar aqui.



Boas leituras! 😉


Até Breve,

Ana C. 

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