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"O Nome da Rosa", de Umberto Eco

"O Nome da Rosa", considerado já um clássico, foi escrito há apenas 41 anos. Exactamente. Esta obra magistral foi publicada em 1980. E apenas 6 anos depois surgiu o famoso filme protagonizado por Sean Connery.


Mas afinal de que trata este livro?

Foi essa curiosidade e a possibilidade de entrar num grupo de leitura conjunta que me fez decidir a finalmente embarcar nesta aventura, a entrar no mosteiro por sete dias. 




Pois é meus caros, este livro está dividido em sete partes, que são sete dias. Tudo isto acontece numa única semana. Mas demorei bem mais de sete dias para o ler, afinal estava a trabalhar numa altura complicada e este livro requer atenção. Demorei sensivelmente um mês.


A personagem principal do livro é o monge franciscano Guilherme de Baskerville  que se faz acompanhar do noviço Adso, de quem é tutor. Os dois companheiros chegam ao mosteiro e mal têm tempo para descansar. Iniciam uma investigação em torno da misteriosa morte de um dos monges. As mortes não ficam por aqui, nem os mistérios. Rodeados de segredos e monges com comportamentos estranhos as dúvidas permanecem até ao final.

Todas as minhas teorias estavam erradas. O autor surpreendeu-me. Gosto quando isso acontece.


Percorrendo as salas do mosteiro, os seus esconderijos e labirintos entramos numa aventura medieval inesquecível. Tenho a certeza que quer ler este livro jamais o irá esquecer.


Quando à escrita, não é complexa mas também não é simples, temos de prestar atenção ao que lemos para não nos escapar algo. Um exemplo interessante é a forma como as horas são referidas. Uma vez que a história acontece em sete dias, cada dia está dividido por horas e essas horas não são descritas como duas, meio dia, dezoito e meia, etc. As horas são Matinas, Laudes, Prima, Terça, Sexta, Nona, Vésperas e Completas. É-nos tudo explicado nas notas, por isso só temos de as ler e ter atenção.


Guilherme é sem dúvida uma personagem, que apesar de ter sido inquisidor no passado, é bastante justo e não toma decisões de cabeça quente. Tenta ir juntando todas as pontas soltas e só no final descobre o que se passa. É lógico e racional. Um homem da ciência, contrariando a própria igreja que a considera bruxaria e obra do diabo.

É bastante comparado com Sherlock Holmes e Adso com Watson e com razão. Não só o nome Baskerville está ligado a um caso de Sherlock Holmes, como Guilherme chega mesmo a dizer a Adso (que se parece com Watson): "Elementar, meu caro Adso".


Adso é claramente bastante inocente, não percebe nada e deixa-se levar pelas emoções. Curiosamente é Adso que nos está a narrar esta história muitos anos depois.


Achei interessante o autor falar da inquisição e dos seus atos vis, também achei curioso a corrupção dos monges em várias ocasiões tão diferentes. A pobreza e miséria que rodeiam o mosteiro é visceral. Assim como as descrições que o autor faz de certos locais do mosteiro.


Gostei muito deste livro, e achava que ia ser difícil de ler, mas não foi. Se calhar fiz-vos acreditar o oposto, que é complicado, mas tentei apenas ser sincera. Com sinceridade digo também que pretendo reler este livro daqui a uns tempos para o entender melhor e poder apreciá-lo melhor.


Se não viram o filme, vejam também. Tem bolinha vermelha no canto, mas é muito bom.




Umberto Eco, Itália (1932-2016)
Título Original: "Il Nome Della Rosa"
Data da primeira edição: 1980


Para mais informações sobre o livro, clicar aqui.



Boas leituras! 😉


Até Breve,

Ana C. 

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