"Serotonina", de Michel Houellebecq
Também conhecida como a “molécula da felicidade”, a serotonina é uma substância química que nos faz sentir bem, confiantes e positivos.
Li este livro por me ter atraído a capa e o título. Geralmente não é um método que utilize, mas desta vez a atração visual falou mais alto.
"Serotonina" traz-nos a história de Florent-Claude Labrouste, de 46 anos, funcionário do Ministério da Agricultura, sem família, poucos amigos e uma namorada de quem já não gosta. Um acontecimento com essa namorada é a gota de água e Florent-Claude decide abandonar tudo. Trabalho, casa, namorada. Simplesmente desaparecer (e quantos de nós não pensámos já nisso ao longo da nossa vida, não é verdade?).
Florent-Claude parece que desiste de tudo. Entrega-se de braços abertos à depressão.
Deprimido, letárgico, sem alegria, sem propósito de vida, Florent-Claude começa a tomar Captorix, um antidepressivo que liberta serotonina e o ajuda a viver mais um dia na sua triste vida. No entanto, este medicamento tem um péssimo efeito secundário.
Acompanhamos esta vida de Florent-Claude a par com acontecimentos marcantes na história da agricultura francesa.
Apesar de tudo, não senti compaixão pelo Florent-Claude. A depressão não é para levar de ânimo leve, mas ele não está só deprimido, os problemas dele vão mais fundo, diria até que o problema é ele, a sua personalidade. Perdoem-me, mas não gostei muito dele e senti pouca empatia por esta personagem.
A escrita é fluída, cativante e irónica o suficiente para avançarmos nas páginas deste livro sem nos aborrecermos e querermos desistir. No entanto, a história em sim é triste, negra, sem um raio de sol. Não gostei. Espero ainda ler "Submissão", do mesmo autor, que me parece ser completamente diferente, espero eu.
Não sei muito bem o que dizer mais deste livro. É tão trágico, tão deprimente que é melhor ficar por aqui.
Título Original: "Sérotonine"
Ana C.
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