“As Falsas Memórias de Manoel Luz”, de Marlene Ferraz

 As Falsas Memórias de Manoel Luz

Este foi o meu primeiro encontro com a autora e não sabia muito bem ao que ia, confesso. Apesar de raramente me deixar levar por capas, esta foi uma dessas raras vezes em que me senti bastante atraída pelo livro e a capa ajudou na decisão de compra. 😅

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“As Falsas Memórias de Manoel Luz” foi uma surpresa das mais agradáveis que poderei ter tido este ano. Sem saber muito bem o que esperar dele, comecei devagar para depressa me deixar levar completamente pela história e pela escrita.

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Marlene Ferraz tem uma escrita poeticamente bela. Nas primeiras páginas senti o choque de uma escrita a que não estou habituada, mas rapidamente me envolvi nela e devorei estas páginas.

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A história é igualmente bela e poética. Com o coração balançado entre a pureza das flores e a perfeição da poesia, o nosso protagonista revive a infância e as influências que o fizeram no homem que é hoje. É uma história de crescimento pessoal e aprendizagem muito bonita. 

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Manoel Luz recorda duas figuras masculinas muito fortes na sua vida, o senhor Prudente, editor, homem de poder, ligado ao Estado Novo por quem Manoel Luz se deixou influenciar, iludido pela sede de conhecimento e pelo poder; e o homem pai floreiro, simples, humilde, carinhoso, inocente, com um amor enorme no peito.

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É fácil ganharmos desprezo pelo senhor Prudente, apesar do estranho carinho que sente por Manoel. Mas é mais fácil ainda sentirmos ternura pelo homem pai floreiro, rodeado de flores e do seu carinho e bondade. E esta é uma das coisas boas que retirei do livro. O amor e a bondade estão acima do Mal.

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Não gostei do homem em que Manoel Luz se tornou ao crescer. Mas foi com alegria que vi, aos poucos, algo a mudar no seu coração. 🙏

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Este livro aborda temas importantes como o s actos do Estado Novo e a doença mental, apesar de forma subtil, achei interessante a atura ter inserido estas questões menos agradáveis numa história tão bonita.

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Adorei este livro, a história, a escrita, o facto de estar rodeado de livros e flores, as citações a Fernando Pessoa… Foi delicioso de ler. No entanto, inicialmente a escrita poética da autora demorou a encarrilhar, mas quando o fez devorei o livro.

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Aposto que já tinham visto este livro por aí algumas vezes, mas já o leram? Ou ficaram com vontade de ler?

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