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"Os Malaquias", de Andréa del Fuego

À primeira vista esta não seria uma leitura que eu escolheria facilmente, mas deixei-me levar pelo desafio de ler os vencedores do prémio José Saramago promovido pelo instagram literário @literacidades (que já referi aqui), e Andréa del Fuego foi a segunda escritora deste desafio.


Este livro é diferente de tudo o que já li, quer pela história, quer pela escrita.




"Os Malaquias" traz-nos a história de três crianças que perdem os pais, "esturricados" por um raio a meio da noite. Estas crianças acabam por se separar e é a vida destes três irmãos que vamos acompanhar.


Nico, o mais velho, fica a trabalhar na fazenda de Geraldo; Antônio e Júlia vão para um orfanato de freiras francesas. Júlia é "adoptada" como criada de uma senhora muçulmana e Antônio vai ficando no orfanato sem que alguém o queira, mas sente-se bem junto das freiras a quem gosta de cheirar a roupa interior que está nas gavetas.

Com o passar dos anos, Nico tenta trazer os irmãos para junto de si. Consegue reunir-se a Antônio, mas Júlia parece estar perdida no mundo para sempre.


Nesta história viajamos e permanecemos sempre em viagem, pois parece que está tudo constantemente a mudar. Júlia simboliza esta viagem constante na perfeição. Também senti isso com a construção da barragem e a mudança dos habitantes para um local mais alto, a mudança de Antônio para a sua nova casa, Geraldina que está constantemente em circulação e a viagem no navio misterioso.


Este livro está repleto de realismo mágico, desde bules que engolem pessoas a "espíritos" que se agarram a pessoas e a objectos. Eu gosto disso, mas aqui senti que não lhe era dado um sentido. Não que tenha de ter um, mas senti falta de algum propósito.


Algumas semanas após ter terminado esta leitura ainda não sei bem o que dizer sobre ela. Por um lado, o livro é relativamente pequeno, com capítulos curtos e de leitura fácil; por outro, custou-me a perceber a escrita um pouco complexa ou a linguagem da autora, e não entendi muito bem o porquê de certos acontecimentos, como disse anteriormente.


O destino das personagens fica em aberto e a sensação que fiquei foi que faltou contar muita coisa pelo meio e no final. Parece que foi terminado precocemente.


Mas esta é apenas a minha opinião, está relacionada com os meus gostos pessoais e sei que muitos leitores gostaram bastante deste livro.



Data da primeira edição: 2010


Para mais informações sobre o livro, clicar aqui.




Boas leituras! 😉


Até Breve,
Ana C

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